sexta-feira, 26 de março de 2010

Posts

A escola enquanto instituição educativa assume a responsabilidade pela formação de sujeitos leitores, mas “ler e escrever massiva e superficialmente tem sido a questão dramática da escola recente, sem equipamentos e estendida a quase toda a população” (NEVES et al, 2006, p.12). Mas, como pode o professor deixar a passividade da reprodução e “propiciar aos alunos condições para que eles possam de forma permanente e autônoma, localizar a nova informação, pela leitura do mundo, e expressá-la, escrevendo para o mundo” (id, 2006, p.13)?
Atualmente, existem diferentes suportes para a escrita. Entretanto, não adianta mudar o suporte do papel para o texto digital se professores e alunos não se perceberem autores e produtores de conhecimentos. O blog surge como uma forma de fazer registros na internet, possibilitando a reflexão e a criticidade sobre diferentes assuntos. Estas publicações, chamadas posts, possuem título e data, seguindo uma ordem cronológica decrescente e podem assumir várias formas sendo as mais comuns a escrita, vídeos, imagens e áudios.
Para Chartier (2002), a textualidade eletrônica permite desenvolver argumentações e demonstrações em uma lógica que não é mais linear nem dedutiva, como acontece em um texto sobre o papel, mas pode ser aberta, clara e racional graças a multiplicidade de vínculos hipertextuais. O autor, que também assume o papel de leitor pode intervir em seu conteúdo, já que os posts são constantemente modificados por uma escritura coletiva, múltipla e polifônica.
As postagens devem conter uma escrita de forma clara e reflexiva, sempre linkadas as fontes que a embasaram. A escrita conectiva exige do autor uma postura de responsabilidade sobre o que esta escrevendo e segundo Richardson (2006) baseia-se em um estudo cuidadoso, crítico e coerente do assunto ao qual o texto se relaciona.
Durante o processo de escritura das postagens é dada a opção de salvar em rascunhos que podem passar por várias revisões até serem publicados definitivamente. Os blogs como exercício de escrita, segundo Marinho (2007), “possibilitam o efetivo exercício de todas as etapas que caracterizam a escrita, como o rascunho, a edição, a organização, a pré-escrita, a leitura da prova, a publicação e a revisão”.
Referências:
CHARTIER, Roger. Os desafios da escrita. Ed. UNESP. São Paulo: 2002
MARINHO, Simão Pedro P. Blog na educação & manual básico do blogger, 3ª ed. Disponível em . Acesso em 15/10/2009 às 10:08.
NEVES, Iara Conceição Bitencourt (org.), et al. Ler e escrever: compromisso de todas as áreas. 7ª Edição. Ed. UFRGS. Porto Alegre, 2006.